O baixo astral
Enquanto dura o baixo astral, perco tudo. As coisas caem dos meus bolsos e da minha memória: perco chaves, canetas, dinheiro, documentos, nomes, caras, palavras. Eu não sei se será mal olhado. Pura casualidade, mas às vezes a depressão demora em ir embora e eu ando de perda em perda, perco o que encontro, não encontro o que busco, e sinto medo de que numa dessas distrações acabe deixando a vida cair.
(Eduardo Galeano)
Estes escritos me caem como uma luva.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
A pálida
No café da manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas.E têm dias em que me sinto estrangeiro em Montevidéu e em qualquer outra parte. Nesses dias,dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. As palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. Então não estou onde estou. Deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo,e não tenho,nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado.
(Eduardo Galeano)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Manias
Manias literárias, manias para dormir, para comer, para viver, mania de cheirar.
Os melhores livros que li os encontrei perdidos dentro da biblioteca, foi amor a primeira linha lida. Assim começa o meu romance com os livros. Não leio qualquer coisa, por mania.
Quando pequena não tinha tanta mania para dormir como tenho hoje, troquei algumas manias por outras. Um tanto íntimas para expor-las, mas sutilmente humanas, manias. Silêncio.
Também não era assim, de cheirar tudo antes de comer, literalmente tudo. O gosto fica melhor quando o cheiro vem antes.
As manias da vida existem justamente para manter a vida, como uma forma de aguentar o fardo a carregar. Manias que chamo de sintomas, necessários, doloridos, gozosos, sintomas. Manias servem para as pessoas se singularizarem também e serem lembradas por suas manias.
Lembra e esquece e não perde certas manias.
Os melhores livros que li os encontrei perdidos dentro da biblioteca, foi amor a primeira linha lida. Assim começa o meu romance com os livros. Não leio qualquer coisa, por mania.
Quando pequena não tinha tanta mania para dormir como tenho hoje, troquei algumas manias por outras. Um tanto íntimas para expor-las, mas sutilmente humanas, manias. Silêncio.
Também não era assim, de cheirar tudo antes de comer, literalmente tudo. O gosto fica melhor quando o cheiro vem antes.
As manias da vida existem justamente para manter a vida, como uma forma de aguentar o fardo a carregar. Manias que chamo de sintomas, necessários, doloridos, gozosos, sintomas. Manias servem para as pessoas se singularizarem também e serem lembradas por suas manias.
Lembra e esquece e não perde certas manias.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Aquela criança de vinte e poucos anos atrás, continua tão viva. É como se depois de tanto tempo o ciclo continuasse se repetindo (e continua). Poucas coisas parecem ter mudado, os medos continuam (quase) os mesmos. E a lembrança continua tão viva, tão azul. É quase como ligar a televisão e assistir ali, o filme de uma infância saudosa e que apesar de não voltar nunca mais, continua muito viva...
Aquela criança de vinte e poucos anos atrás, continua tão viva. É como se depois de tanto tempo o ciclo continuasse se repetindo (e continua). Poucas coisas parecem ter mudado, os medos continuam (quase) os mesmos. E a lembrança continua tão viva, tão azul. É quase como ligar a televisão e assistir ali, o filme de uma infância saudosa e que apesar de não voltar nunca mais, continua muito viva...
terça-feira, 23 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Escritos empoeirados.
É muito tempo, ou pouco, para tantos pensamentos.
Penso sobre o verde, mas minha preferência sempre foi o amarelo. Mas sempre gostei de experimentar, uma mordida de cada coisa, e o que mais gostar, tenho indigestão.
O que não cansa de se escrever...
Um vício antigo, que havia sido guardado em uma gaveta que empoeirou, com carinho e aos poucos retiro o pó. Abro a gaveta, e sinto. Abro a gaveta para o que não cansa de se escrever.
Eis-me aqui, de volta.
Eis-me aqui, de volta.
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